quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amianto: a fibra assassina

O amianto é um mineral empregado principalmente na fabricação de produtos para construção civil, tais como telhas e caixas d'água. O que pouca gente sabe sobre esse material é que, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ele mata cerca de 100 mil pessoas por ano em todo o mundo. Estima-se que no Brasil existem atualmente 1 milhão de trabalhadores em contato direto com a fibra, cujos malefícios à saúde são conhecidos pelo menos desde 1906.

O asbesto, como também é conhecida a fibra, já foi banido de toda a Europa e de outros 49 países, incluindo Argentina, Chile e Uruguai. No Brasil, o mineral foi proibido nos estados do Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e, mais recentemente, São Paulo. No último dia 4 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou como constitucional a lei estadual 12.684, que proíbe o uso de amianto em território paulista.

Entre os males relacionados ao amianto, estão a asbestose (doença crônica pulmonar, popularmente chamada de "pulmão de pedra"), cânceres de pulmão e do trato gastrointestinal, e o mesotelioma, tumor maligno raro que atinge tanto a pleura como o peritônio. As narinas são incapazes de filtrar a fina poeira do asbesto, que se acumula nos pulmões e causa inflamações no parênquima pulmonar.

Penso que está na hora de o Brasil banir de uma vez por todas o amianto do país; a legislação sobre o assunto, porém, é de responsabilidade dos estados e, naturalmente, há grandes interesses econômicos envolvidos na questão. O Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais da fibra assassina: uma posição da qual devemos nos envergonhar, certamente.


Fonte: site da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea).

Alguém bebe água da torneira em Porto Alegre?

Apesar dos investimentos no abastecimento público municipal, reportagem publicada no site Ambiente Já dá conta de que os moradores da capital gaúcha consomem preferencialmente água mineral. Isso não é nenhuma novidade. Desde que as algas começaram a se proliferar nas águas do Guaíba no verão, tornou-se praticamente impossível beber do líquido precioso que chega pelas torneiras de nossas casas, em função do gosto horroso deixado por tais plantas na água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

A autarquia municipal tem realizado obras para aprimorar o sistema de distribuição de água na capital. Atualmente, 99,5% da população porto-alegrense tem acesso à agua tratada. Apesar disso, não conheço ninguém que se arrisque a beber água da torneira. Mas é no mínimo curioso – para não dizer coisa pior – pagar por um serviço de abastecimento público de água e ter que COMPRAR água mineral para beber.

É possível acompanhar mensalmente, no site do Dmae, os padrões de potabilidade da água medidos pelo Departamento. A título de curiosidade, verifiquei que, no último mês de maio – ainda não há estatísticas para junho –, o pH da água porto-alegrense ficou em 6,4. Se isso é bom ou ruim, não faço a menor idéia.

Foi registrada também ausência total de coliformes fecais. Ou seja: podem ficar tranqüilos que, apesar do gosto intragável, ninguém morrerá de diarréia ao beber água da torneira.


Fonte: http://www.ambienteja.info/2006/ver_cliente.asp?id=128076&aux=1