quinta-feira, 27 de março de 2008

Eles estão chegando

Semana passada, minha irmã recebeu na porta de um supermercado o Guia do Consumidor do Greenpeace (veja aqui a versão on line), com o subtítulo "lista de produtos que podem conter transgênicos". A organização explica, de uma forma didática e simpática, o motivo pleo qual se posiciona contra a prática, além de abordar questões como consumo responsável e direitos do consumidor.

A publicação, impressa em papel reciclado através de processo livre de cloro, traz uma lista de alimentos que podem conter ingredientes transgênicos, enumerando não somente os nomes dos produtos, mas apresentando fotografias, como as dos chocolates da Garoto, das balas da Adams, além de uma relação imensa de óleos vegetais e margarinas. Como se trata de uma listagem de alimentos que possivelmente podem conter ingredientes geneticamente modificados, a exibição das imagens dos produtos chega a apresentar um tom alarmista . Uma experiência particularmente desconcertante encontrar em uma espécie de lista negra os alimentos que fazem parte de nosso dia-a-dia, as embalagens tão familiares que vemos sempre que abrimos o armário das bolachas em busca de um lanchinho. Conhecendo, porém, a forma de ação do Greenpeace, com seu histórico de companhas chocantes pelo mundo, é possível que o livrinho não chamasse tanta atenção se somente listasse nomes de produtos.

A organização afirma que o consumo de transgênicos "significa correr um risco desnecessário" já que, a longo prazo, ainda não existem informações suficientes sobre o impacto ambiental desta prática. Ela pode ser, por exemplo, responsável pelo desaparecimento de espécies de insetos e, conseqüentemente, pelo desequilíbrio de uma ou muitas cadeias alimentares. A indústria dos transgênicos alega que o emprego de suas sementes pode reduzir o uso de agrotóxicos. Entretanto, Greenpeace e outros especialistas defendem que, com o passar dos anos, o agricultor é obrigado a utilizar maiores quantidades da substância química pois esta acaba por selecionar as ervas daninhas mais resistentes.

Por exemplo, a soja da Monsanto é resistente a um único pesticida, o pesticida produzido pela própria Monsanto. Da mesma forma, o milho da Bayer não morre com o emprego do agrotóxico da Bayer. Após alguns anos de emprego, as erva daninhas precisam de uma maior quantidade de agrotóxico para serem exterminadas. Resultado? As multinacionais dos transgênicos e dos agrotóxicos venderão mais sementes e mais venenos. Talvez com uma nova modificação, atendendo às necessidades que alterações anteriores promoveram. De acordo com o Greenpeace, a prova disso é que, quando a soja transgênica foi aprovada pelo governo federal, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aumentou em 50 vezes a quantidade permitida de resíduo de agrotóxico na soja.

Antes do livrinho, presença dos transgênicos nunca parecera tão próxima ao meu dia-a-dia. Ingênua que sou. Neste fim de semana, meu primo, engenheiro de petróleo da Petrobrás, me deu carona. Sua futura esposa me contou toda contente que acabara de ser aprovada para o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A recém formada bióloga receberá bolsa da CAPES para ser pesquisadora. Passará os próximos dois anos em um laboratório. Desenvolvendo o quê? Uma espécie de algodão que seja resistente a um determinado predador. Eu não perguntei mais detalhes. Fiquei paralisada pelo resto da viagem.

3 comentários:

Emanuela Pegoraro disse...

http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/noticias/rom-nia-bane-milho-transg-nico

Notícia do Greepeace: uma variedade de milho geneticamente modificado da Monsanto foi proibida no maior produtor do grão da União Européia, a Romênia, além de já não ser permitida em outros oito países da comunidade. A mesma varidade que, em 2007, foi aprovada para plantio comercial no Brasil.

Clarice disse...

Muito interessante o post, Emanuela.

Parabéns ao pessoal que fez o upgrade do visual do blog. Está maneiríssimo, com estes links, marcador, contador, e a enquete.

Minha sugestão: continuem investindo em boas ilustrações tb, já que o assunto se presta. Avaliem se não é o caso de colocar um vídeo (e aquelas propagandas do greenpeace, vale destacar ou comentar?. Links dentro do post tb funcionam muito.

Juan disse...

Todavía no puedo creer que no sé por dónde empezar, me llamo Juan, tengo 36 años, me diagnosticaron herpes genital, perdí toda esperanza en la vida, pero como cualquier otro seguí buscando un cura incluso en Internet y ahí es donde conocí al Dr. Ogala. No podía creerlo al principio, pero también mi conmoción después de la administración de sus medicamentos a base de hierbas. Estoy tan feliz de decir que ahora estoy curado. Necesito compartir este milagro. experiencia, así que les digo a todos los demás con enfermedades de herpes genital, por favor, para una vida mejor y un mejor entorno, póngase en contacto con el Dr. Ogala por correo electrónico: ogalasolutiontemple@gmail.com, también puede llamar o WhatsApp +2348052394128