quarta-feira, 2 de abril de 2008

Plástico da discórdia

Minha idéia inicial era escrever sobre a instituição chuveiro elétrico no Brasil, mas me vi obrigada a deixar para uma outra oportunidade ao perceber o debate interessante que pode surgir a partir de um dos temas abordado pela colega blogueira Emanuela no seu post "Peixe de plástico?", o do reaproveitamento e reutilização de sucata, em especial, a das famigeradas garrafas pet.

No último verão tive a oportunidade de conhecer José Alcino Alano, um senhor da cidade de Tubarão-SC que, em determinado momento, se viu diante de uma necessidade de gastar menos com a conta de luz e procurou alternativas. Primeiro fez o que muitas pessoas optam, trocou seu chuveiro elétrico por modelos cujo aquecimento se dava com uso de gás. Eis que surgiu um outro problemaço, o tempo com o registro aberto até ter a água devidamente aquecida e, portanto, um alto grau de desperdício, além de não se sair do mesmo lugar, apenas trocando uma conta grande por outra de igual peso. Mas vocês podem me perguntar onde entram as tais garrafas pet nessa história toda? Na mudança de destinação, enquanto a maioria de nós segue indo ao supermercado comprar uma série de produtos embalados com pets, os utilizamos e jogamos fora, alguém, esse barriga-verde, pensou em alongar a vida útil desses materiais e dar nova utilidade à algo fadado aos lixões e à indústria de reciclagem.

José Alano não só desenvolveu um painel de aquecimento solar a partir de garrafas pet e embalagens tetrapack de leite, mas patenteou seu invento para que ninguém pudesse se apropriar dele e usar para fins de enriquecimento próprio, pois gostaria que mais pessoas pudessem ter acesso fácil e gratuito àquela tecnologia. Concordo que não devemos incitar ao consumo inadvertido de produtos gerados de derivados de petróleo, mas penso que são muitíssimo válidas as iniciativas de fazer alguma coisa com o que já consumimos e que não é pouco, em vez de seguirmos colocando as coisas nos devidos lugares, ou seja, os lixos seco, orgânico, para plásticos, papéis, metais etc. e acreditando que mudanças substancias em nossos extremamente arraigados e confortáveis hábitos de consumo serão transformados da noite para o dia. Certamente quando mudarmos (ou a mídia, as instituições de educação e de formaçãoo de opinião mudarem) nossa concepção de quê, para ser feliz, é imprescindível que consumamos initerruptamente e sempre, talvez consigamos levantar nossos tão bem sentados traseiros e mexer nossas fracas pernas que pegam elevadores para subir ao terceiro andar da faculdade para ir ao supermercado com nossas embalagens de vidro e realizarmos um reabastecimento!

Esse senhor criou um invento de execucao relativamente barata e simples, que pode propiciar banho quente a quem poderia ainda nao ter esse conforto, ou, se tem, gera grande ônus financeiro, que diminui o consumo de energia elétrica, especialmente no horário de pico; vale aqui lembrar este é compreendido entre 18 e 21h, ou seja, os que coincidem com a chegada das pessoas do trabalho e, consequentemente, o da tomada de muitos banhos de chuveiros elétricos simultanemente; que dá nova utilidade ao que seria lixo e, por conseguinte, prolonga sua curta vida útil e cuidou para que fosse acessivel a todos e isso seria incitar ao consumismo?

Não posso concordar mesmo, tampouco com a fabricação dos pufes, pois essa idéia pôde gerar renda a pessoas que se organizaram em cooperativas de trabalho para produzir, adivinha o quê? Pufes de pets! Parece-me um tanto quanto complicado condenar, a priori, certas iniciativas, quando a mudança necessaria para se sair de um ideal de felicidade que se valida no ato do consumo é ainda muito distante e deveras complexa. Enquanto seguirmos enquadrados nesse contexto e corroborando para a manutençãao do status quo, não serei eu a primeira atirar pedra no telhado dos outros, afinal meu teto segue de vidro.

2 comentários:

Cristiano Muniz disse...

muito bom texto, maria. eu vi essa reportagem no globo repórter e achei essa idéia fenomenal. e ainda fizeram cooperativas e ongs justamente para construir e comercializar os "painéis" solares de garrafa pet. além de diminuir o consumo de energia, movimenta a ECONOMIA.

os empresários deveriam estar mais atentos a esse tipo de coisa, e não a querer sempre ganhar mais e mais dinheiro a qualquer custo!

Juan disse...

Todavía no puedo creer que no sé por dónde empezar, me llamo Juan, tengo 36 años, me diagnosticaron herpes genital, perdí toda esperanza en la vida, pero como cualquier otro seguí buscando un cura incluso en Internet y ahí es donde conocí al Dr. Ogala. No podía creerlo al principio, pero también mi conmoción después de la administración de sus medicamentos a base de hierbas. Estoy tan feliz de decir que ahora estoy curado. Necesito compartir este milagro. experiencia, así que les digo a todos los demás con enfermedades de herpes genital, por favor, para una vida mejor y un mejor entorno, póngase en contacto con el Dr. Ogala por correo electrónico: ogalasolutiontemple@gmail.com, también puede llamar o WhatsApp +2348052394128