domingo, 25 de maio de 2008

Tristeza não tem fim, preguiça sim


Eu remo. Metaforicamente na vida, seja na faculdade (faz parte da crise existencial que acomete alguns fabicanos lá pelo início-meio do curso), ou no que é, digamos, mais privado, mas me refiro ao esporte mesmo.

E (por vezes) é triste remar. Não pelo frio horroso que faz às 5 e meia da manhã quando tu acorda pra dar termpo de pegar a barca das 6 e 45 e pôr o barco na água às 7, nem pela incrível solidão que muitas vezes te acomete no meio do Guaíba, ou ainda pela dureza que é ter que enfrentar a intempérie pra não ficar a deriva quando o tempo muda subtamente. Não mesmo. O que destrói mesmo alguém que gosta desse contato com esportes náuticos é perceber como está sendo morta a nossa água.

É entrar no barco depois de alguns dias de chuva e remar sacolas, garrafas, embalagens, enfim, tudo que deveria estar no caminhão da coleta seletiva ou na carroça de algum catador... Por vezes me pergunto se um dia vou poder encostar o barco numa manhã quente de verão sem ter medo da quantidade de sujeira depositada ali e que vai passar pro meu corpo, tomar um banho gostoso e refrescante no costado de qualquer ilha e voltar feliz.

Dá um pequeno alívio e alguma esperança perceber que, mesmo com todo esse cenário trágico, algumas pessoas tentam reverter a situação e não ficam de braços cruzados diante do assassinato das águas que nos cercam e das quais dependemos diretamente, não apenas pra praticar o remo, mas pra viver. Pode até parecer puxa-saquismo da minha parte, mas fico bastante contente de saber que o clube que me recebe para tal atividade física (bem como ao meu pagamento mensal), se mobilizou numa campanha pra também receber óleo de cozinha usado nas suas sedes!

Agora os preguiçosos que forem sócios de lá poderão aproveitar e pôr a mão na consciência, melhor ainda, em alguma garrafa pet e enchê-la de óleo que não será descartado de forma omissa e errônea mais uma vez ao levarem consigo tada a vez que pintarem por lá...



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